segunda-feira, 9 de julho de 2012

Armação Ilimitada

Dia 17 de maio de 1985 estreou o que viria ser a primeira (e única) série de cultura surf do TV brasileira, a Armação Ilimitada, aventura, 45 min.



Os heróis Juba e Lula ( Kadu Molterno e André de Biase) foram inventados pelos próprios atores, que se encontraram um dia,  numa sessão de surf e decidiram produzir algo juntos. Os dois já tinham experiências em cinema (André, em Menino do Rio) e TV (Kadu, em Partido Alto), ambos interpretando os primeiros personagens surfistas que surgiram dentro da dramaturgia brasileira.


O autor Antônio Calmon e o diretor Guel Arraes compraram a idéia,  incorporando a dupla de atores que além de surfistas tinham  a disposição necessária  para enfrentar cenas de ação como verdadeiros dublês em cenas de vôo livre, motocross, skate, montaria, e muitas outras modalidades,  exatamente como seus personagens,  na ficção.

Na trama, Juba e Lula são sócios em uma empresa de serviços,  prontos para qualquer desafio no ar, no mar e na terra, (Ar Mar Ação) a Armação Ilimitada, situada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Como não podia faltar uma heroína, Zelda Scott (Andréa Beltrão)  entra em cena na pele de uma repórter dedicada, que vive sendo colocada em frias por seu chefe carrasco (Francisco Milani). Zelda vem a ser a namorada de Juba e Lula juntos. Caretisse zero.


Muito do sucesso da série tem a ver com a atmosfera dos anos 80, que inspirava um certo clima de anarquia pós ditadura,  aliado a uma grande fome de aventura por parte da infância "baby boomer" dos brasileiros nascidos entre as décadas de 70 e 80 que se identificaram prontamente com os personagens da Armação,  que contava inclusive com o pequeno Bacana (o ator mirim Jonas Torres) como representante dessa geração da qual Juba e Lula se tornaram heróis incontestáveis.


Diálogo entre Bacana e Juba, na praia:

Bacana -Vou ser um bom surfista? Surfista pega muita garota... Todas tomam pílula, né?

Juba - Acho que sim.

Bacana -Aínda bem, eu sou muito pequeno para ser pai.

PS: Genial!







 Feita para cativar o público adolescente, a série usa e abusa de trucagens em vídeo como sobreposições, máscaras, divisão de tela, chroma key, e outros efeitos que tornaram popular a linguagem de videoclip na época. Com personagens de espírito livre e brincadeiras politicamente incorretas, Armação Ilimitada se concretizou como uma obra única, sem chance de remake, que trazia em meio a cenas de explosão, humor e pegação, muito da verdadeira cultura Surf da época em que circulavam pelas praias do Rio nomes como Pepê Lopes, Petit, Tito Rosemberg, entre outras lendas entre o mar e o céu.

        Pepê Lopes - foto: Fedoca


 Curta um pouco a vibe!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Austrália - Fábrica de Campeãs

O Brasil é a bola da vez quando se fala em futebol, jogos olímpicos e fontes de energia. Mas na hora de apoiar os atletas, o Brasil tem muito o que aprender com outros países, no caso a Austrália,  pela abordagem do Surf feminino.

    A tetracampeã  Stephanie  Gilmore - Vitória no Hawaii

Alguns podem dizer que isso se deve ao fato de que na Austrália,  o Surf é o esporte nacional, gerações dividem o outside, famílias inteiras surfam unidas, mas a verdade é que o tal estigma de "surfista vagabundo", literalmente não pega por lá.

Sempre que surge uma surfista , aínda menina, inspirada nas ondas do mar, todo suporte é prontamente oferecido por órgãos do governo como o Australians Sport Comission (ASC) para que ela treine para ser uma surfista profissional e trazer conquistas para sua terra. E a conquista mais importante de todas é sem dúvida,  a coroa de campeã mundial (ASP Women's World's Crown),  que vem sendo mantida majoritariamente em terras australianas pelas últimas décadas.

Desde 1998, apenas duas surfistas quebraram o domínio aussie:  A peruana Sofia Mulanovich em 2004 e a  havaiana Carissa Moore no ano passado,  sendo que Sofia foi a primeira sul-americana campeã do mundo e Carissa, foi a primeira mulher a competir com os homens na Tríplice Coroa Havaiana (2011). Mas foi a americana Lisa Andersen que quebrou a hegemonia aussie por um maior período de tempo, com 4 vitórias consecutivas (1994-1997).


Carissa aínda criança - ganhando tudo - Carissa campeã mundial - Capa da revista Surfer

A TWO WAVE TOTAL

Lançado pela Surfing Australia (Youtube) o video "A Two Wave Total" expõe exatamente essa face guerreira do surf australiano através de uma análise do atual cenário do surf feminino durante a temporada de 2012, focando na preparação física e emocional da melhor leva de surfistas mulheres de toda história do esporte.

"A Two Wave Total", dá esse panorama mais amplo sobre o surf de alta performance, visto pela perspectiva australiana, ou seja,  pelo lado da vitória, mas sem milagres,  com muito sacrifício,  dando foco na natureza cruel de um mundo ultra-competitivo,  onde tudo o que importa para uma atleta no final das contas,  é o total das suas duas melhores ondas.

O vídeo revela que as profissionais aussies contam com o suporte de um "centro de treinamento de alta performance" (Surfing Australia Hight Performance Center) que funciona como uma "faculdade de surf" onde as garotas analisam e corrigem estilos, fazem treinos específicos, têm acesso á medicina de alta tecnologia para recuperação de lesões, etc...


Um alto investimento que tem gerado grandes resultados como Sally Fitzgibbons (ranking n 2) que está disputando o seu possível primeiro titulo mundial,  homem a homem,  com a sua compatriota, a 4 vezes campeã mundial Stephanie Gilmore (ranking n 1). "Aqui temos acesso á todo conhecimento dos pros": comenta Steph, sobre a organização sustentada pelo governo australiano em parceria com a Hurley e outros - lista de parceiros.



Tudo isso demonstra não apenas o domínio da técnica de vencer como a imensa paixão que o povo australiano dedica ao surf, provendo recursos e atribuindo valor aos seus atletas, que contam com apoio total, familiar e governamental, passando por diversas possibilidades de apoios por parte de empresários locais,  até que se chegue á conquista de grandes patrocinadores.

"Isso chega a ser comovente para quem vive em um país onde o governo é orgulhoso de sediar eventos esportivos, mas se ausenta da responsabilidade de formar atletas e mais do que isso, mantê-los em atividade competitiva" Fica a dica.

Mas o filme também questiona a dura profissão de surfista, que quando levada a sério,  demanda muito treinamento físico mas principalmente emocional para suportar, além dos desafios do próprio esporte, toda a pressão pessoal e externa, além da certeza de que sem resultados, perder a vaga na elite é só uma questão de tempo.

Quem disse que vida de surfista é fácil? Quem quer a melhor profissão do mundo, também deve estar pronta para os maiores desafios do planeta!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eco Surf Trip

Será possível fazer uma surf trip, usando pouco ou nada dos recursos da mãe natureza? Até que ponto o surf é um esporte sustentável?

       Erick Wilson "Paradise" - fonte: Galeria SurfArtBrasil

Imagine uma barca de meninas surfistas e videomakers experientes viajando pelo litoral brasileiro ponta a ponta (de Garopaba á Maracaípe) passando pelos principais picos e secrets de surf do Atlântico sul.

Tudo isso viajando em uma base móvel "Green House" pesquisando desde o melhor combustível até a melhor alimentação dentro do equilíbrio de cada região, além do cuidado com os lixos e detritos gerados pela própria equipe, procurando deixar sempre o mínimo de impacto ambiental pelos lugares por onde passar a barca. Essa é a idéia da tão sonhada Eco Surf Trip.


Sabemos que a total ausência de impacto é impossível mas o desafio é justamente computar o quanto é o mínimo necessário para se divertir sem causar danos, respeitando cada paraíso por onde pisarmos.


Assim,  além da compensação de carbono e o uso de biocombustível, haverá a preocupação com os pequenos detalhes como a horta móvel, o banheiro seco, captação da agua da chuva, placa solar, entre outras brincadeiras que vão mostrar os dois lados de como seria um mundo mais próximo do ideal,  falando em surf e energias renováveis.

       Jim - fonte: site Bamboosurfboards

Também faz parte da viagem,  pesquisa de roupas, itens de moda e equipamentos e acessórios de surf com propostas sustentáveis,  sejam eles reciclados ou desenvolidos dentro da tecnologia verde, como óculos de sol e pranchas de bambu, parafina orgânica, entre outros materiais cuja fonte não seja a indúsria perolífera, nem ilegal.

                                          Óculos de Sol feitos de Bambu - Branden Brother

                                   Confira matéria "O Pioneiro do Bambu" no blog SurfeCult


O surf em si,  já é um esporte que causa um mínimo impacto para as águas. Mesmo assim a cada dia mais e mais motores estão rodando no outside e muito da evolução do surf está nos materiais desenvolvidos junto á grande indústria para melhor performance dos surfistas profissionais, ou seja, a tecnologia sintética nesse caso pode ser considerado um mal necessário.

Mas será que isso realmente importa para os free surfers, ou o melhor mesmo é a integração total com o oceano?

Essas são questões modernas que não precisam mais serem solucionadas e sim debatidas no dia-a-dia e equilibradas em cada decisão individual e consciente para que aínda existam oceanos e ondas limpas para as futuras gerações.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bikini Moment - Gabi Junqueira "gabikini"


Ela é dona da marca Ricca da Vó biquínis e onde ela chega vira verão!


Gabi,  29, veste Ricca da Vó, biquínis
Esportes: Surf, Skate e Canoa Havaiiana
Câmera: iphone/Instagram
Website: http://riccabiquinis.blogspot.com.br/

Você ama aproveitar a vida com seus biquínis favoritos? Quer compartilhar no blog da Surfing Moon? Envie para surfingmoonmagazine@gmail.com

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Existe Surf em outros planetas?

Estamos sozinhos, ou existe algum outro Planeta Surf no universo?  Quais as condições necessárias para que haja Surf fora da Terra?


Segundo as leis que regem a física do universo, seria provável,  porém extremamente raro, encontrar as condições necessárias para que se possa existir o Surf em outros planetas. Tais condições seriam semelhantes á condicão da própria Terra: Uma estrela gerando a energia necessária para movimentar as ondas (Sol), um planeta que tivesse atmosfera, uma crosta rochosa e oceanos líquidos (Terra), e é claro, gente para surfar (vida inteligente).


Em 1961 o astrofísico Frank Drake elaborou uma equação que permite dimensionar a probabilidade de  se encontrar vida no universo,  que é obtido pela multiplicação de sete termos: N=E x P x S x V x I x T x C.

O resultado é a possibilidade de existência 1 milhão de civilizações inteligentes só na nossa galáxia, sendo que uma civilização dura em média 10 mil anos (porisso descarta-se a possibilidade de contato físico com qualquer civilização a mais de 10 mil anos de distância de nós). Mesmo impossíveis de contato, a chance de estarmos surfando uma onda ao mesmo tempo e que um bróder extraterrestre é matemáticamente grande, segundo a equação de Drake.


Porém, outros mares já foram detectados até mesmo no Sistema Solar, como o caso do "Mar de metano de Titan"  (Titan : Lua do planeta Saturno)


Com os registros da sombra Cassini em junho de 2009 astrônomos alemães descobriram um mar de metano em Titan batizado como Krake Mare (monstro marinho das sagas nórdicas, que leva a forma de um octopus gigante que ataca navios e devora marinheiros) Devido a existência da atmosfera carregada de nitrogênio, o Titan é considerado um satélite interessante já que se assemelha ás antigas condições da Terra, quando aínda não existia vida.

Em abril de 2009 a sonda Cassini detectou uma tempestade tropical em Titan (isso mesmo) o que teoricamente pode ter produzido altas ondas na maior Lua de Saturno. ( Surfe na Lua, babe)



Seria uma Lua e não um planeta o próximo astro do Sistema Solar a evoluír para a vida e consequentemente para o Surf?

O caso do mar de Titan nos faz refletir: As condições necessárias ao surf são as mesmas necessárias á vida (atmosfera, uma crosta rochosa e oceanos líquidos).

Portanto, apesar de nem todo astro com condições possíveis de gerar ondas seja garantia da existência de vida inteligênte,  o contrário é verdadeiro: Onde quer que haja possibilidade de vida inteligente no universo,  há possibilidade de Surf.

Consultoria científica : Dr. Catalino Los Reis

sábado, 16 de junho de 2012

Blue Crush - O filme que influenciou uma geração

    cena clássica do Blue Crush, reproduzida em Blue crush 2 

Assim como músicas marcam fases e imagens marcam época,  um filme pode gerar tendências e influenciar toda uma geração. É o caso de Blue Crush (A Onda dos Sonhos), de John Stockwell, patrocinado pela Billabong, produzido pela Universal Studios e Imagine Entreteniment, lançado em 2002, época em que o surf feminino iniciava um de seus maiores upgrades desde o fenômeno Lisa Andersen nos anos 90.


O filme se passa no Hawaii e conta a história de 3 amigas que tem o surf nas veias e batalham como podem para pagar as contas e ao mesmo tempo treinar para surfar as ondas mais poderosas do mundo. O sonho delas, como uma família de garotas do north shore, é viver de surf,  e aumentam as esperanças quando Anne Marie ( Kate Bosworth) recebe um convite (wild card) para  participar como representante local entre as profissionais,  da etapa mais temida e esperada do tour, o Billlabong Pipe Masters.


Voltando no tempo - ASP Women's World Tour  2002

O ano de 2002 teve 6 etapas sendo 3 delas em "ondas dos sonhos" como Teahupoo, Honolua Bay e Tavarua (Fiji). Nesse ano,  o sonho de se tornar surfista profissional patrocinada,  já começava a se tornar realidade no mundo feminino principalmente através das figuras de Layne Beachley, Keala Kennelly e Rochelle Ballard, que inclusive, participaram do filme como dublês. Mas já haviam outras grandes surfistas no tour, todas exibindo talento e radicalidade. A brasileira Jacqueline Silva, foi vice-campeã mundial em 2002,  perdendo apenas para Layne, que se tornou tetra campeã nesse mesmo ano. Melanie Redman-Car, Lynette MacKenzie e Megan Adubo também venceram etapas em 2002, sendo Megan a dublê da personagem Lena (Michelle Rodriguez)  na água.

Na trama, Anne Marie sabe que se tiver a chance de surfar boas ondas no campeonato pode mudar o seu destino e de suas amigas Lena e Eden (personagem de Sanoe Lake, local do Kauai) além de dar um futuro melhor á sua irmã mais nova, a rebelde Penny (Mika Boorem). Por isso as personagens esbanjam atitude e disposição, em treinamentos de apinéia, corridas, flexões, tow-in e encarando grandes swells em meio ao crowd furioso de Banzai Pipeline.


O filme foi um estouro de público, muito bem aceito no mundo do surf, utilizou como elenco de apoio os próprios locais  do north shore e teve atletas de elite em suas funções originais. Além disso serviu como inspiração para a novíssima geração de atletas femininas, tendo a maioria já citado seu amor pelo filme em entrevistas e redes sociais, como Carissa Moore, Maya Gabeira e Laura Enever que conquistou um papel no filme Blue Crush 2 (2011).

Porque amamos Blue Crush? Porque o filme tem uma trama  bem articulada que  mistura romance, personagens atraentes e incriveis cenas de ação contemplando surf feminino, além é claro,  de uma empolgante trilha sonora.

Dez anos se passaram e Blue Crush continua nas listas dos melhores filmes sobre "cultura surf" de todos os tempos ao lado de outros clássicos como Big Weanesday, 1979.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ser namorado de Surfista é...




 -Gostar de pele salgada, cabelos sem chapinha, ponta de dedo enrrugado e marquinha de leash no tornozelo.

-Não ter com quem deixar chave de carro e prancha reserva na areia enquanto você cai na água.

- Não se importar em filmar ela e a amiga dela, surfando durante 3 horas em um dia de frio,  quando você queria estar na cama.

-Saber que você é o seu amor e melhor amigo, mas.... não venha dar dicas de como se movimentar no outside!

-Ficar com a chave do carro porque você sabe que ela só vai sair "depois de você" de qualquer jeito.

-Entender que é melhor ela entrar no mar de biquíni no meio dos marmanjos do que ficar com aquela marquinha feia depois no bum-bum.

-Estabelecer que ela nunca te rabeia, você é que "libera" ondas para ela. (só as melhores)

-Achar sexy ter o joelho ralado, o corte na testa, ou a ultima cicatriz de coral que ela fez nas costas.

-Ter apenas "todos os fins de semana flats do ano"  livre para saír com os amigos.

- Concordar com todos os elogios que ela faz ao surf do Kelly Slater, Gabriel Medina e John John Florence, como se fosse um bróder falando.
 
- Deixar o local mais chato do pico sorrir para sua mina, enquanto ele bloqueia todas as suas ondas.

-Ter que explicar para os seu pais que foi ela e não você que decidiu passar a "lua de mel" nas ilhas Mentawaii.

-Ver sua namorada descer a maior onda da série e pensar: That's my girl!!

     http://www.surfingart.com.au/

 A Surfing Moon deseja a todos um incrível dia dos namorados!

terça-feira, 5 de junho de 2012

GOLFINHO, JOELHINHO, DUCK DIVE



Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o  primeiro desafio de um surfista não é ficar em pé na prancha sobre a onda, e sim,  passar com a prancha por debaixo dela.

No Brasil, esse movimento de furar a onda com a prancha,  é conhecido como "golfinho" ou "joelhinho" e é a primeira manobra que um surfista deve aprender e aplicar com perfeição,  para uma boa performance em um dia de boas ondas.

Em inglês, essa manobra é conhecida como "duck  dive" (o "mergulho do pato") pois imita a técnica desse animal em lançar seu corpo sob a água aproveitando a energia em movimento, voltando com precisão á superfície.


 O duck dive consite em 3 movimentos:


1- Remar bem forte, com o bico para o outside,  diante de uma onda que pretende quebrar na sua cabeça - Mesmo sentindo vontade de virar o bico, ou soltar a prancha, esse é o momento de remar para ela buscando a energia espiral que vai ajudar seu corpo a passar de baixo do cilindro bem na zona de impacto.

2- Agarrar as duas bordas e baixar o bico o mais fundo possível com os dois braços. Na sequência usar os joelhos, ou os pés, para afundar a rabeta da prancha.

     foto: Simon Williams

3- Mergulhar como o pato, primeiro o topo da cabeça, depois peito, quadril e pernas até grudar na prancha, depois segurar o bico, apontar para a superfície e esperar que a prancha te puxe de volta.

Se essa técnica for executada aproveitando a energia espiral, ao invés de te varrer a onda vai alavancar sua corrida rumo ao outside. Mesmo existindo essa energia á favor, é necessário muita força nos braços e a respiração adequada para encontrar o timming ideal para furar as ondas em um dia de swell grande, mas se existe uma maneira de se dar bem nesse dias, fica a dica: invista na perfeição do seu duck dive.

foto : Murray Mitchell

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Momento Azul

Quem nunca parou no outside ensolarado, depois de voltar de uma onda bem surfada e pensou " Como eu sou abençoada por estar aqui", "Que sorte eu tenho de de estar nessa hora, nesse lugar, surfando essas ondas, com vista para a mata Atlântica, quase sem ninguém em volta".

     Sununga- Ubatuba - Brasil

Pois bem, esse bem-estar que nos faz sentir plenos estando aqui e agora, que nos faz sentir totalmente dentro do "momento já"* é a melhor recompensa desse ritual que chamamos Surf.

Seja no Atlântico sul, no Atlântico norte, no Pacífico quente, no Pacífico gelado, na perfeição do Índico ou em alguma remota ilha polinésia, o Surf é um ato que mexe com todas as nossas escolhas de vida, que muda nossos hábitos, que transita pelos sonhos e molda nosso corpo ás suas necessidades. Quanto mais nos dedicamos ao surf, mais ele nos trás bençãos de volta, e assim suge um caso de amor.


"Todo surfista é um apaixonado pelo mar" e esse amor é a essência da nossa religião**, é o nosso contato com o divino"  E assim, criamos o nosso próprio templo ao ar livre, onde agradecemos todos os dias pela simples possibilidade de estar vivendo esse momento, de corpo e alma, envolvidos no líquido primordial da Terra que irradia de luz azul o espaço.

(citando *Clarice Lispector)
(conceito de religião: **Alma Surf)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Slater, 19 anos, promessa do surf!

Kelly Slater em 1991, antes de ganhar seu primeiro título mundial em 1992

                         Revista People, julho de 1991


Nessa nota a mãe de Kelly diz estar cansada das fãs do surfista mandando cartas perfumadas, etc... e diz que sua conta telefônica é alta porque o filho namora uma garota na Califórina. Além da versão da mãe sobre como é ter um filho tão lindo e talentoso a revista dá a voz para Kelly que se mostra um garoto humilde, bem longe do que seria uma celebridade,  ao dizer: "Você tem que respeitar o Oceano. Você nunca pode pensar que pode vencer a Mãe Natureza" Palavras sábias de um garoto de 19 anos que veio a se tornar o surfista mais influente de todos os tempos. 

Retrô NEWS - Notícia boa não fica velha!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bikini Moment - Julia Ribeiro de Ricca




Júlia, 20, veste a série "dourados" da Ricca da vó biqínis!
Pratica escalada, bike e dança do ventre
Ensaio:  Manjula Amrita. Vale do Capão - BA - Brasil
Câmera: Canon 60D

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sábado, 26 de maio de 2012

Surftrip - 5 motivos para surfar no Peru

     Paisagem "lunar"do Peru - Foto - Diego Fávero

Litoral do Peru, oceano pacífico. Destino de muitos brasileiros em busca de ondas extensas,  perfeitas rampas de ondas viajantes com período longo,  abrindo em point brakes, beach brakes, reef brakes, rock points, com pouco crowd, quebrando de todos os jeitos em todos os lugares. O Peru respira Surf.

É o primeiro destino internacional para muitos surfistas profissionais mirins e também é  a primeira parada para muitos freesurfers, antes de viajarem em busca de outras ondas famosas espalhadas pelo mundo.

5 motivos de empreender uma viagem ao Peru

Você sempre vai surfar!

As ondas são muito constantes em regiões como Punta Hermosa a 1 hora de Lima, em direção ao Sul. Lá existem picos clássicos como Pico Alto (maior onda do Peru) Punta Rocas, Senioritas e Caballeros. Pegando a rodovia Panamericana rumo ao sul, em torno de uma hora já se pode encontrar outras ondas de qualidade como Puerto Viejo e San Bartollo.

Ótimo para treinar cutbacks

Muitas ondas da costa sul do Peru são potentes e radicais mas não são tubulares. Como são ondas extensas quebrando para os dois lados, não existe lugar melhor para treinar manobras, tendo chance de executar repetidas vezes o mesmo movimento no mesmo tipo de onda. Ótimo momento para aperfiçoar o estilo. É recomendável que se contrate um videomaker para ajudar no processo.

Você "corre o risco" de  surfar a onda mais extensa do mundo

Se você estiver no sul do Peru e ficar sabendo que vai encostar um forte swell de SO, você pode preparar suas malas e voar, ou dirigir até Chicama. É o sonho de qualquer surfista, surfar uma esquerda perfeita, manobrável, que abre generosa, podendo-se matemáticamente surfar até 24 minutos a mesma onda.
  
Tubos insanos

Se o seu negócio é tubo, siga mais ao norte. Já na região de Trujillo, já se encontra a célebre esquerda tubular de Pacasmayo, além de Huanchaco e Peamapu, todas esquerdas de alta qualidade que também quebram com swell de S/SO, só que bem mais constante que Chicama.  Seguindo ao norte encontra-se outra célebre onda, Lobitos, com outros bons picos ao redor, todos já pegando os swells de N/NO.

No extremo norte, perto da fronteira com o Equador, na região de Mâncora, se encontram mais tubos de esquerda, inclusive a famosa onda de Cabo Blanco, com fundo raso de pedras, bem como sua irmã Panic Point. Nessa região a melhor estação é o verão pois coincide com os swells de N/NO vindos do Hawaii (inverno no hememisfério norte). Por esse motivo a água também é tem a temperatura um pouco mais elevada em Mâncora que o resto do país. O litoral extremo norte é também conhecido como  Caribe do Peru.

A comida boa

Farta em peixe fresco e frutos do mar e variedades, tudo isso pela metade do preço do Brasil. Existem bons restaurantes sofisticados e populares.

Atenção - Para garotas de ação!

O Peru é um lugar lindo mas não tem a mesma natureza que o Brasil, a água é gelada, as ondas estão situadas em pleno deserto e muitas praias não tem os mesmos atrativos que no Brasil. Portanto se você não vai para surfar, ou fotografar, ou realizar qualquer tarefa relacionada ao surf, pode não ser o melhor destino da Terra. Caso esteja pensando em começar a surfar, uma viagem ao Peru é um excelente motivo para dar início a um grande sonho.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

SURFCINE - Video Lab - Skimfonia

Skimfonia: Renato Lima na SunungaFoto - Skimtal

Video Lab é um espaço experimental dentro da Surfing Moon mag, para exibir os vídeos e pirações da galera. Filmou um dia de surf? Gravou uma entrevista exclusiva? Criou um stop motion com suas fotos em ação? Faça uma edição descolada e envie para a SM. Basta que o filme tenha temáticas relacionadas com o lifestyle do surf.

Lembre-se de que a idéia é avançar na linguagem do vídeo, experimentando novos formatos, tentando saír do "lugar comum"de videos de surf. Ninguém vai julgar se o vídeo é bom ou ruim, o que importa é a ousadia em experimentar com imagens...

Por isso se joga!

VIDEO EM DESTAQUE

O primeiro vídeo experimental da mostra Video Lab,  foi realizado pela Wahine Films, (myself) em parceria com a galera da Skimtal ( Robertinho Peres, Iran Santos, Aaron Austin, Saru Narayana, Dr. Delirium).  Trata-se de algumas sessões de Skimboard filmadas na praia da Sununga- Ubatuba - SP- Brasil.


Estudo: A proposta era "orquestrar" os movimentos do Skim em uma sinfonia de imagens. Será que a deu certo?

Você tem um vídeo que gostaria de exibir no Video Lab? Envie URL do vídeo + breve apresentação do realizador (a, s)  para o e-mail surfingmoonmagazine@gmail.com.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Flores e Atitude

Flores naturais no cabelo estão sempre na moda. Basta que você esteja pronta para expor o seu lado mais romântico. Mas usar flores não é somente um símbolo de amor e inocência. Elas também são selvagens, cheias de atitude e fazem parte da história da humanidade.

                                   Noh Gallery

No antigo Hawaii, as flores indicavam o "estado civil"da garota. Atrás da orelha direita, solteira, da esquerda casada,  ou seja, flores como meio de comunicação.

                                          filme: Tabu 1931

Mas o Hawaii era uma terra de muitas flores e havia flores para quase tudo: cerimônias de casamento, rituais, danças, para expressar respeito, honra, alegria. Cada  tipo de flor,  trazia sua medicina e seus encantos.

                                  Flor de lótus do Hawaii

Enquanto isso no no mundo "civilizado" as flores sumiram do mapa durante um bom tempo. Apareciam artificiais ou impressas em tecidos, mas vivas, jamais. A repressão da mulher foi também a repressão das flores naturais como ítem de beleza. Provavelmente porque elas afloram uma espécie de sensualidade sutíl em quem as veste e mudam o humor dos que a contemplam. Feitiço.

"O mundo muda e a flor continua sendo uma grande aliada da beleza da mulher".  

  http://www.flickr.com/photos/cowboyshaunee/3731032292/

Nos anos 60, as flores voltam ás ruas com o movimento hippie e anunciam o início de um  novo mundo,  com mais liberdade de atitude para todos, principalmente para as mulheres . Viva o Flower Power. 



Voltando ao Hawaii, certa vez eu li que esse arquipélogo foi o único local da Terra, onde existem relatos de se ter alcançado a felicidade plena. O verdadeiro espírito de Aloha.


Viviam em um lugar incrível (e sabiam disso), tinham uma sociedade organizada e pacífica, vestiam-se com folhas e flores ao invés de usarem penas de aves e peles de animais,  como outros povos da época.

E quando se sentiam entediados, pegavam suas táboas e iam deslizar nas ondas de Waikiki, vestindo seus Leis de flores no pescoço ou em volta da cabeça.

Naquele tempo era assim. Pelo menos é assim que a gente imagina o "Tempo das Flores".

 
                                   Britney estilo beach girl

segunda-feira, 21 de maio de 2012

SURFYÔGA - por Letícia Portella

     Letícia Portella foto: Carol Beiriz

No ano 2000, de férias no Rio de Janeiro, conheci o Swásthya Yôga, atividade que era oferecida pela Osklen, na praia do Arpoador. Foi neste momento que também decidi trocar a prancha  de bodyboard pela  prancha de surf,  me encantando pelo lifestyle surfyôga. Foi desta experiência nas férias, no berço do surf brasileiro, que resolvi também mudar completamente minha vida, deixando para trás a faculdade de Pedagogia na Federal do RGS, para morar na cidade maravilhosa e começar também uma nova profissão, como instrutora de Yôga.

Essa mudança de cidade e escolha profissional me fez criar algo novo.  Minha rotina era surfar e estudar Yôga . As 6h  da manhã praticava na praia, surfava e depois começava os estudos . Eu estava vivendo um sonho, fazendo as duas coisas que mais gostava e ainda morando num lugar repleto de natureza.

O Yôga foi muito importante, me proporcionando base para enfrentar o surf com uma nova visão, agora em pé. Outras partes do meu corpo eram desenvolvidas: mais equilíbrio  na hora de dropar e uma nova consciência corporal  para execução das manobras. 

                                Leticia Portella - Surf no Arpex

A parte da respiração é um grande diferencial, os exercícios respiratórios aumentam incrivelmente a capacidade pulmonar. A mente fica mais tranquila nos momentos de pânico no mar. A respiração é muito importante num momento que se toma um caldo. 

As técnicas corporais desenvolvem a flexibilidade, o alongamento e o tônus muscular. Além disso, reduzem as lesões e contusões.
Outras técnicas, como a descontração, trabalham a visualização e a mentalização, o que é ótimo para atletas que disputam campeonatos. Desta maneira, eles conseguem imaginar seus objetivos antes e durante as baterias. Muitos atletas quando se machucam e estão na fase de recuperação, usam essa ferramenta como forma de treinamento.

E a mais importante de todas as técnicas é a concentração, que deixa o surfista mais atento às séries, observa o melhor posicionamento, escolhe as melhores ondas e evita quedas. 

                            Letícia no Arpoador Foto: Carol Beiriz

Sabendo da importância do Yôga como exercício que melhora a performace do surfista, comecei a treinar Eraldo Gueiros para a temporada de ondas grandes no Havaí.  O trabalho era bem específico desenvolvendo bastante a parte da concentração e respiração com objetivo de ampliar a capacidade pulmonar, que neste tipo de competição pode ser a diferença do surfista se manter vivo. O treino durou  5 meses e fazíamos 4 práticas por semana. 
Outro big rider que frenquentou minhas aulas foi Rodrigo Resende. Nesta época ainda não era comum o Yôga como preparação para o surf e big surf. Atualmente os atletas tops  o praticam, como o 11X campeão Kelly Slater
O centro de treinamento da Mormai - Arágua na praia Mole oferece Yôga para seus atletas e  as etapas do Super Surf e WQS em Saquarema  também já tiverem instrutores treinando os surfistas  antes das baterias.

A ligação com a natureza é que faz o surf e o Yôga serem dois estilos de vida que se combinam tanto. Um dos melhores lugares para se praticar  Yôga é ao ar livre, onde encontramos maior concentração de prána, que é a bioenergia que captamos quando respiramos. Ela é responsável por nos proporcionar mais vitalidade e dinamismo no corpo.

    Eraldo Gueiros em Jaws

Atualmente é grande o número de surfistas que utilizam o Yôga em suas vidas. Acredito que isso se deve ao fato de que tanto o verdadeiro Yôgi quanto o verdadeiro surfista, vivenciam essas duas atividades como um life style. O surfista não é só surfista quando está dentro d’água. Ele é fora também: cuida da praia, do mar e é mais consciente. O Yôgi também tem essa visão. Quando o Yôga surgiu na Índia há 5000 anos atrás, os praticantes cultuavam a natureza e se inspiravam nos movimentos das plantas e dos animais.

Galera,

Boas ondas e aguardem as séries de Yôga para antes do surf.


Swásthya!


SURFYÔGA  é a matéria de estréia de Letícia Portella e sua coluna "Soulight"especial para Surfingmoon mag.