quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eco Surf Trip

Será possível fazer uma surf trip, usando pouco ou nada dos recursos da mãe natureza? Até que ponto o surf é um esporte sustentável?

       Erick Wilson "Paradise" - fonte: Galeria SurfArtBrasil

Imagine uma barca de meninas surfistas e videomakers experientes viajando pelo litoral brasileiro ponta a ponta (de Garopaba á Maracaípe) passando pelos principais picos e secrets de surf do Atlântico sul.

Tudo isso viajando em uma base móvel "Green House" pesquisando desde o melhor combustível até a melhor alimentação dentro do equilíbrio de cada região, além do cuidado com os lixos e detritos gerados pela própria equipe, procurando deixar sempre o mínimo de impacto ambiental pelos lugares por onde passar a barca. Essa é a idéia da tão sonhada Eco Surf Trip.


Sabemos que a total ausência de impacto é impossível mas o desafio é justamente computar o quanto é o mínimo necessário para se divertir sem causar danos, respeitando cada paraíso por onde pisarmos.


Assim,  além da compensação de carbono e o uso de biocombustível, haverá a preocupação com os pequenos detalhes como a horta móvel, o banheiro seco, captação da agua da chuva, placa solar, entre outras brincadeiras que vão mostrar os dois lados de como seria um mundo mais próximo do ideal,  falando em surf e energias renováveis.

       Jim - fonte: site Bamboosurfboards

Também faz parte da viagem,  pesquisa de roupas, itens de moda e equipamentos e acessórios de surf com propostas sustentáveis,  sejam eles reciclados ou desenvolidos dentro da tecnologia verde, como óculos de sol e pranchas de bambu, parafina orgânica, entre outros materiais cuja fonte não seja a indúsria perolífera, nem ilegal.

                                          Óculos de Sol feitos de Bambu - Branden Brother

                                   Confira matéria "O Pioneiro do Bambu" no blog SurfeCult


O surf em si,  já é um esporte que causa um mínimo impacto para as águas. Mesmo assim a cada dia mais e mais motores estão rodando no outside e muito da evolução do surf está nos materiais desenvolvidos junto á grande indústria para melhor performance dos surfistas profissionais, ou seja, a tecnologia sintética nesse caso pode ser considerado um mal necessário.

Mas será que isso realmente importa para os free surfers, ou o melhor mesmo é a integração total com o oceano?

Essas são questões modernas que não precisam mais serem solucionadas e sim debatidas no dia-a-dia e equilibradas em cada decisão individual e consciente para que aínda existam oceanos e ondas limpas para as futuras gerações.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bikini Moment - Gabi Junqueira "gabikini"


Ela é dona da marca Ricca da Vó biquínis e onde ela chega vira verão!


Gabi,  29, veste Ricca da Vó, biquínis
Esportes: Surf, Skate e Canoa Havaiiana
Câmera: iphone/Instagram
Website: http://riccabiquinis.blogspot.com.br/

Você ama aproveitar a vida com seus biquínis favoritos? Quer compartilhar no blog da Surfing Moon? Envie para surfingmoonmagazine@gmail.com

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Existe Surf em outros planetas?

Estamos sozinhos, ou existe algum outro Planeta Surf no universo?  Quais as condições necessárias para que haja Surf fora da Terra?


Segundo as leis que regem a física do universo, seria provável,  porém extremamente raro, encontrar as condições necessárias para que se possa existir o Surf em outros planetas. Tais condições seriam semelhantes á condicão da própria Terra: Uma estrela gerando a energia necessária para movimentar as ondas (Sol), um planeta que tivesse atmosfera, uma crosta rochosa e oceanos líquidos (Terra), e é claro, gente para surfar (vida inteligente).


Em 1961 o astrofísico Frank Drake elaborou uma equação que permite dimensionar a probabilidade de  se encontrar vida no universo,  que é obtido pela multiplicação de sete termos: N=E x P x S x V x I x T x C.

O resultado é a possibilidade de existência 1 milhão de civilizações inteligentes só na nossa galáxia, sendo que uma civilização dura em média 10 mil anos (porisso descarta-se a possibilidade de contato físico com qualquer civilização a mais de 10 mil anos de distância de nós). Mesmo impossíveis de contato, a chance de estarmos surfando uma onda ao mesmo tempo e que um bróder extraterrestre é matemáticamente grande, segundo a equação de Drake.


Porém, outros mares já foram detectados até mesmo no Sistema Solar, como o caso do "Mar de metano de Titan"  (Titan : Lua do planeta Saturno)


Com os registros da sombra Cassini em junho de 2009 astrônomos alemães descobriram um mar de metano em Titan batizado como Krake Mare (monstro marinho das sagas nórdicas, que leva a forma de um octopus gigante que ataca navios e devora marinheiros) Devido a existência da atmosfera carregada de nitrogênio, o Titan é considerado um satélite interessante já que se assemelha ás antigas condições da Terra, quando aínda não existia vida.

Em abril de 2009 a sonda Cassini detectou uma tempestade tropical em Titan (isso mesmo) o que teoricamente pode ter produzido altas ondas na maior Lua de Saturno. ( Surfe na Lua, babe)



Seria uma Lua e não um planeta o próximo astro do Sistema Solar a evoluír para a vida e consequentemente para o Surf?

O caso do mar de Titan nos faz refletir: As condições necessárias ao surf são as mesmas necessárias á vida (atmosfera, uma crosta rochosa e oceanos líquidos).

Portanto, apesar de nem todo astro com condições possíveis de gerar ondas seja garantia da existência de vida inteligênte,  o contrário é verdadeiro: Onde quer que haja possibilidade de vida inteligente no universo,  há possibilidade de Surf.

Consultoria científica : Dr. Catalino Los Reis

sábado, 16 de junho de 2012

Blue Crush - O filme que influenciou uma geração

    cena clássica do Blue Crush, reproduzida em Blue crush 2 

Assim como músicas marcam fases e imagens marcam época,  um filme pode gerar tendências e influenciar toda uma geração. É o caso de Blue Crush (A Onda dos Sonhos), de John Stockwell, patrocinado pela Billabong, produzido pela Universal Studios e Imagine Entreteniment, lançado em 2002, época em que o surf feminino iniciava um de seus maiores upgrades desde o fenômeno Lisa Andersen nos anos 90.


O filme se passa no Hawaii e conta a história de 3 amigas que tem o surf nas veias e batalham como podem para pagar as contas e ao mesmo tempo treinar para surfar as ondas mais poderosas do mundo. O sonho delas, como uma família de garotas do north shore, é viver de surf,  e aumentam as esperanças quando Anne Marie ( Kate Bosworth) recebe um convite (wild card) para  participar como representante local entre as profissionais,  da etapa mais temida e esperada do tour, o Billlabong Pipe Masters.


Voltando no tempo - ASP Women's World Tour  2002

O ano de 2002 teve 6 etapas sendo 3 delas em "ondas dos sonhos" como Teahupoo, Honolua Bay e Tavarua (Fiji). Nesse ano,  o sonho de se tornar surfista profissional patrocinada,  já começava a se tornar realidade no mundo feminino principalmente através das figuras de Layne Beachley, Keala Kennelly e Rochelle Ballard, que inclusive, participaram do filme como dublês. Mas já haviam outras grandes surfistas no tour, todas exibindo talento e radicalidade. A brasileira Jacqueline Silva, foi vice-campeã mundial em 2002,  perdendo apenas para Layne, que se tornou tetra campeã nesse mesmo ano. Melanie Redman-Car, Lynette MacKenzie e Megan Adubo também venceram etapas em 2002, sendo Megan a dublê da personagem Lena (Michelle Rodriguez)  na água.

Na trama, Anne Marie sabe que se tiver a chance de surfar boas ondas no campeonato pode mudar o seu destino e de suas amigas Lena e Eden (personagem de Sanoe Lake, local do Kauai) além de dar um futuro melhor á sua irmã mais nova, a rebelde Penny (Mika Boorem). Por isso as personagens esbanjam atitude e disposição, em treinamentos de apinéia, corridas, flexões, tow-in e encarando grandes swells em meio ao crowd furioso de Banzai Pipeline.


O filme foi um estouro de público, muito bem aceito no mundo do surf, utilizou como elenco de apoio os próprios locais  do north shore e teve atletas de elite em suas funções originais. Além disso serviu como inspiração para a novíssima geração de atletas femininas, tendo a maioria já citado seu amor pelo filme em entrevistas e redes sociais, como Carissa Moore, Maya Gabeira e Laura Enever que conquistou um papel no filme Blue Crush 2 (2011).

Porque amamos Blue Crush? Porque o filme tem uma trama  bem articulada que  mistura romance, personagens atraentes e incriveis cenas de ação contemplando surf feminino, além é claro,  de uma empolgante trilha sonora.

Dez anos se passaram e Blue Crush continua nas listas dos melhores filmes sobre "cultura surf" de todos os tempos ao lado de outros clássicos como Big Weanesday, 1979.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ser namorado de Surfista é...




 -Gostar de pele salgada, cabelos sem chapinha, ponta de dedo enrrugado e marquinha de leash no tornozelo.

-Não ter com quem deixar chave de carro e prancha reserva na areia enquanto você cai na água.

- Não se importar em filmar ela e a amiga dela, surfando durante 3 horas em um dia de frio,  quando você queria estar na cama.

-Saber que você é o seu amor e melhor amigo, mas.... não venha dar dicas de como se movimentar no outside!

-Ficar com a chave do carro porque você sabe que ela só vai sair "depois de você" de qualquer jeito.

-Entender que é melhor ela entrar no mar de biquíni no meio dos marmanjos do que ficar com aquela marquinha feia depois no bum-bum.

-Estabelecer que ela nunca te rabeia, você é que "libera" ondas para ela. (só as melhores)

-Achar sexy ter o joelho ralado, o corte na testa, ou a ultima cicatriz de coral que ela fez nas costas.

-Ter apenas "todos os fins de semana flats do ano"  livre para saír com os amigos.

- Concordar com todos os elogios que ela faz ao surf do Kelly Slater, Gabriel Medina e John John Florence, como se fosse um bróder falando.
 
- Deixar o local mais chato do pico sorrir para sua mina, enquanto ele bloqueia todas as suas ondas.

-Ter que explicar para os seu pais que foi ela e não você que decidiu passar a "lua de mel" nas ilhas Mentawaii.

-Ver sua namorada descer a maior onda da série e pensar: That's my girl!!

     http://www.surfingart.com.au/

 A Surfing Moon deseja a todos um incrível dia dos namorados!

terça-feira, 5 de junho de 2012

GOLFINHO, JOELHINHO, DUCK DIVE



Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o  primeiro desafio de um surfista não é ficar em pé na prancha sobre a onda, e sim,  passar com a prancha por debaixo dela.

No Brasil, esse movimento de furar a onda com a prancha,  é conhecido como "golfinho" ou "joelhinho" e é a primeira manobra que um surfista deve aprender e aplicar com perfeição,  para uma boa performance em um dia de boas ondas.

Em inglês, essa manobra é conhecida como "duck  dive" (o "mergulho do pato") pois imita a técnica desse animal em lançar seu corpo sob a água aproveitando a energia em movimento, voltando com precisão á superfície.


 O duck dive consite em 3 movimentos:


1- Remar bem forte, com o bico para o outside,  diante de uma onda que pretende quebrar na sua cabeça - Mesmo sentindo vontade de virar o bico, ou soltar a prancha, esse é o momento de remar para ela buscando a energia espiral que vai ajudar seu corpo a passar de baixo do cilindro bem na zona de impacto.

2- Agarrar as duas bordas e baixar o bico o mais fundo possível com os dois braços. Na sequência usar os joelhos, ou os pés, para afundar a rabeta da prancha.

     foto: Simon Williams

3- Mergulhar como o pato, primeiro o topo da cabeça, depois peito, quadril e pernas até grudar na prancha, depois segurar o bico, apontar para a superfície e esperar que a prancha te puxe de volta.

Se essa técnica for executada aproveitando a energia espiral, ao invés de te varrer a onda vai alavancar sua corrida rumo ao outside. Mesmo existindo essa energia á favor, é necessário muita força nos braços e a respiração adequada para encontrar o timming ideal para furar as ondas em um dia de swell grande, mas se existe uma maneira de se dar bem nesse dias, fica a dica: invista na perfeição do seu duck dive.

foto : Murray Mitchell

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Momento Azul

Quem nunca parou no outside ensolarado, depois de voltar de uma onda bem surfada e pensou " Como eu sou abençoada por estar aqui", "Que sorte eu tenho de de estar nessa hora, nesse lugar, surfando essas ondas, com vista para a mata Atlântica, quase sem ninguém em volta".

     Sununga- Ubatuba - Brasil

Pois bem, esse bem-estar que nos faz sentir plenos estando aqui e agora, que nos faz sentir totalmente dentro do "momento já"* é a melhor recompensa desse ritual que chamamos Surf.

Seja no Atlântico sul, no Atlântico norte, no Pacífico quente, no Pacífico gelado, na perfeição do Índico ou em alguma remota ilha polinésia, o Surf é um ato que mexe com todas as nossas escolhas de vida, que muda nossos hábitos, que transita pelos sonhos e molda nosso corpo ás suas necessidades. Quanto mais nos dedicamos ao surf, mais ele nos trás bençãos de volta, e assim suge um caso de amor.


"Todo surfista é um apaixonado pelo mar" e esse amor é a essência da nossa religião**, é o nosso contato com o divino"  E assim, criamos o nosso próprio templo ao ar livre, onde agradecemos todos os dias pela simples possibilidade de estar vivendo esse momento, de corpo e alma, envolvidos no líquido primordial da Terra que irradia de luz azul o espaço.

(citando *Clarice Lispector)
(conceito de religião: **Alma Surf)