terça-feira, 29 de maio de 2012

Slater, 19 anos, promessa do surf!

Kelly Slater em 1991, antes de ganhar seu primeiro título mundial em 1992

                         Revista People, julho de 1991


Nessa nota a mãe de Kelly diz estar cansada das fãs do surfista mandando cartas perfumadas, etc... e diz que sua conta telefônica é alta porque o filho namora uma garota na Califórina. Além da versão da mãe sobre como é ter um filho tão lindo e talentoso a revista dá a voz para Kelly que se mostra um garoto humilde, bem longe do que seria uma celebridade,  ao dizer: "Você tem que respeitar o Oceano. Você nunca pode pensar que pode vencer a Mãe Natureza" Palavras sábias de um garoto de 19 anos que veio a se tornar o surfista mais influente de todos os tempos. 

Retrô NEWS - Notícia boa não fica velha!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bikini Moment - Julia Ribeiro de Ricca




Júlia, 20, veste a série "dourados" da Ricca da vó biqínis!
Pratica escalada, bike e dança do ventre
Ensaio:  Manjula Amrita. Vale do Capão - BA - Brasil
Câmera: Canon 60D

Você tem fotos aproveitando a vida com seus biquínis favoritos? Quer compartilhar no blog da Surfing Moon? Envie para surfingmoonmagazine@gmail.com


sábado, 26 de maio de 2012

Surftrip - 5 motivos para surfar no Peru

     Paisagem "lunar"do Peru - Foto - Diego Fávero

Litoral do Peru, oceano pacífico. Destino de muitos brasileiros em busca de ondas extensas,  perfeitas rampas de ondas viajantes com período longo,  abrindo em point brakes, beach brakes, reef brakes, rock points, com pouco crowd, quebrando de todos os jeitos em todos os lugares. O Peru respira Surf.

É o primeiro destino internacional para muitos surfistas profissionais mirins e também é  a primeira parada para muitos freesurfers, antes de viajarem em busca de outras ondas famosas espalhadas pelo mundo.

5 motivos de empreender uma viagem ao Peru

Você sempre vai surfar!

As ondas são muito constantes em regiões como Punta Hermosa a 1 hora de Lima, em direção ao Sul. Lá existem picos clássicos como Pico Alto (maior onda do Peru) Punta Rocas, Senioritas e Caballeros. Pegando a rodovia Panamericana rumo ao sul, em torno de uma hora já se pode encontrar outras ondas de qualidade como Puerto Viejo e San Bartollo.

Ótimo para treinar cutbacks

Muitas ondas da costa sul do Peru são potentes e radicais mas não são tubulares. Como são ondas extensas quebrando para os dois lados, não existe lugar melhor para treinar manobras, tendo chance de executar repetidas vezes o mesmo movimento no mesmo tipo de onda. Ótimo momento para aperfiçoar o estilo. É recomendável que se contrate um videomaker para ajudar no processo.

Você "corre o risco" de  surfar a onda mais extensa do mundo

Se você estiver no sul do Peru e ficar sabendo que vai encostar um forte swell de SO, você pode preparar suas malas e voar, ou dirigir até Chicama. É o sonho de qualquer surfista, surfar uma esquerda perfeita, manobrável, que abre generosa, podendo-se matemáticamente surfar até 24 minutos a mesma onda.
  
Tubos insanos

Se o seu negócio é tubo, siga mais ao norte. Já na região de Trujillo, já se encontra a célebre esquerda tubular de Pacasmayo, além de Huanchaco e Peamapu, todas esquerdas de alta qualidade que também quebram com swell de S/SO, só que bem mais constante que Chicama.  Seguindo ao norte encontra-se outra célebre onda, Lobitos, com outros bons picos ao redor, todos já pegando os swells de N/NO.

No extremo norte, perto da fronteira com o Equador, na região de Mâncora, se encontram mais tubos de esquerda, inclusive a famosa onda de Cabo Blanco, com fundo raso de pedras, bem como sua irmã Panic Point. Nessa região a melhor estação é o verão pois coincide com os swells de N/NO vindos do Hawaii (inverno no hememisfério norte). Por esse motivo a água também é tem a temperatura um pouco mais elevada em Mâncora que o resto do país. O litoral extremo norte é também conhecido como  Caribe do Peru.

A comida boa

Farta em peixe fresco e frutos do mar e variedades, tudo isso pela metade do preço do Brasil. Existem bons restaurantes sofisticados e populares.

Atenção - Para garotas de ação!

O Peru é um lugar lindo mas não tem a mesma natureza que o Brasil, a água é gelada, as ondas estão situadas em pleno deserto e muitas praias não tem os mesmos atrativos que no Brasil. Portanto se você não vai para surfar, ou fotografar, ou realizar qualquer tarefa relacionada ao surf, pode não ser o melhor destino da Terra. Caso esteja pensando em começar a surfar, uma viagem ao Peru é um excelente motivo para dar início a um grande sonho.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

SURFCINE - Video Lab - Skimfonia

Skimfonia: Renato Lima na SunungaFoto - Skimtal

Video Lab é um espaço experimental dentro da Surfing Moon mag, para exibir os vídeos e pirações da galera. Filmou um dia de surf? Gravou uma entrevista exclusiva? Criou um stop motion com suas fotos em ação? Faça uma edição descolada e envie para a SM. Basta que o filme tenha temáticas relacionadas com o lifestyle do surf.

Lembre-se de que a idéia é avançar na linguagem do vídeo, experimentando novos formatos, tentando saír do "lugar comum"de videos de surf. Ninguém vai julgar se o vídeo é bom ou ruim, o que importa é a ousadia em experimentar com imagens...

Por isso se joga!

VIDEO EM DESTAQUE

O primeiro vídeo experimental da mostra Video Lab,  foi realizado pela Wahine Films, (myself) em parceria com a galera da Skimtal ( Robertinho Peres, Iran Santos, Aaron Austin, Saru Narayana, Dr. Delirium).  Trata-se de algumas sessões de Skimboard filmadas na praia da Sununga- Ubatuba - SP- Brasil.


Estudo: A proposta era "orquestrar" os movimentos do Skim em uma sinfonia de imagens. Será que a deu certo?

Você tem um vídeo que gostaria de exibir no Video Lab? Envie URL do vídeo + breve apresentação do realizador (a, s)  para o e-mail surfingmoonmagazine@gmail.com.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Flores e Atitude

Flores naturais no cabelo estão sempre na moda. Basta que você esteja pronta para expor o seu lado mais romântico. Mas usar flores não é somente um símbolo de amor e inocência. Elas também são selvagens, cheias de atitude e fazem parte da história da humanidade.

                                   Noh Gallery

No antigo Hawaii, as flores indicavam o "estado civil"da garota. Atrás da orelha direita, solteira, da esquerda casada,  ou seja, flores como meio de comunicação.

                                          filme: Tabu 1931

Mas o Hawaii era uma terra de muitas flores e havia flores para quase tudo: cerimônias de casamento, rituais, danças, para expressar respeito, honra, alegria. Cada  tipo de flor,  trazia sua medicina e seus encantos.

                                  Flor de lótus do Hawaii

Enquanto isso no no mundo "civilizado" as flores sumiram do mapa durante um bom tempo. Apareciam artificiais ou impressas em tecidos, mas vivas, jamais. A repressão da mulher foi também a repressão das flores naturais como ítem de beleza. Provavelmente porque elas afloram uma espécie de sensualidade sutíl em quem as veste e mudam o humor dos que a contemplam. Feitiço.

"O mundo muda e a flor continua sendo uma grande aliada da beleza da mulher".  

  http://www.flickr.com/photos/cowboyshaunee/3731032292/

Nos anos 60, as flores voltam ás ruas com o movimento hippie e anunciam o início de um  novo mundo,  com mais liberdade de atitude para todos, principalmente para as mulheres . Viva o Flower Power. 



Voltando ao Hawaii, certa vez eu li que esse arquipélogo foi o único local da Terra, onde existem relatos de se ter alcançado a felicidade plena. O verdadeiro espírito de Aloha.


Viviam em um lugar incrível (e sabiam disso), tinham uma sociedade organizada e pacífica, vestiam-se com folhas e flores ao invés de usarem penas de aves e peles de animais,  como outros povos da época.

E quando se sentiam entediados, pegavam suas táboas e iam deslizar nas ondas de Waikiki, vestindo seus Leis de flores no pescoço ou em volta da cabeça.

Naquele tempo era assim. Pelo menos é assim que a gente imagina o "Tempo das Flores".

 
                                   Britney estilo beach girl

segunda-feira, 21 de maio de 2012

SURFYÔGA - por Letícia Portella

     Letícia Portella foto: Carol Beiriz

No ano 2000, de férias no Rio de Janeiro, conheci o Swásthya Yôga, atividade que era oferecida pela Osklen, na praia do Arpoador. Foi neste momento que também decidi trocar a prancha  de bodyboard pela  prancha de surf,  me encantando pelo lifestyle surfyôga. Foi desta experiência nas férias, no berço do surf brasileiro, que resolvi também mudar completamente minha vida, deixando para trás a faculdade de Pedagogia na Federal do RGS, para morar na cidade maravilhosa e começar também uma nova profissão, como instrutora de Yôga.

Essa mudança de cidade e escolha profissional me fez criar algo novo.  Minha rotina era surfar e estudar Yôga . As 6h  da manhã praticava na praia, surfava e depois começava os estudos . Eu estava vivendo um sonho, fazendo as duas coisas que mais gostava e ainda morando num lugar repleto de natureza.

O Yôga foi muito importante, me proporcionando base para enfrentar o surf com uma nova visão, agora em pé. Outras partes do meu corpo eram desenvolvidas: mais equilíbrio  na hora de dropar e uma nova consciência corporal  para execução das manobras. 

                                Leticia Portella - Surf no Arpex

A parte da respiração é um grande diferencial, os exercícios respiratórios aumentam incrivelmente a capacidade pulmonar. A mente fica mais tranquila nos momentos de pânico no mar. A respiração é muito importante num momento que se toma um caldo. 

As técnicas corporais desenvolvem a flexibilidade, o alongamento e o tônus muscular. Além disso, reduzem as lesões e contusões.
Outras técnicas, como a descontração, trabalham a visualização e a mentalização, o que é ótimo para atletas que disputam campeonatos. Desta maneira, eles conseguem imaginar seus objetivos antes e durante as baterias. Muitos atletas quando se machucam e estão na fase de recuperação, usam essa ferramenta como forma de treinamento.

E a mais importante de todas as técnicas é a concentração, que deixa o surfista mais atento às séries, observa o melhor posicionamento, escolhe as melhores ondas e evita quedas. 

                            Letícia no Arpoador Foto: Carol Beiriz

Sabendo da importância do Yôga como exercício que melhora a performace do surfista, comecei a treinar Eraldo Gueiros para a temporada de ondas grandes no Havaí.  O trabalho era bem específico desenvolvendo bastante a parte da concentração e respiração com objetivo de ampliar a capacidade pulmonar, que neste tipo de competição pode ser a diferença do surfista se manter vivo. O treino durou  5 meses e fazíamos 4 práticas por semana. 
Outro big rider que frenquentou minhas aulas foi Rodrigo Resende. Nesta época ainda não era comum o Yôga como preparação para o surf e big surf. Atualmente os atletas tops  o praticam, como o 11X campeão Kelly Slater
O centro de treinamento da Mormai - Arágua na praia Mole oferece Yôga para seus atletas e  as etapas do Super Surf e WQS em Saquarema  também já tiverem instrutores treinando os surfistas  antes das baterias.

A ligação com a natureza é que faz o surf e o Yôga serem dois estilos de vida que se combinam tanto. Um dos melhores lugares para se praticar  Yôga é ao ar livre, onde encontramos maior concentração de prána, que é a bioenergia que captamos quando respiramos. Ela é responsável por nos proporcionar mais vitalidade e dinamismo no corpo.

    Eraldo Gueiros em Jaws

Atualmente é grande o número de surfistas que utilizam o Yôga em suas vidas. Acredito que isso se deve ao fato de que tanto o verdadeiro Yôgi quanto o verdadeiro surfista, vivenciam essas duas atividades como um life style. O surfista não é só surfista quando está dentro d’água. Ele é fora também: cuida da praia, do mar e é mais consciente. O Yôgi também tem essa visão. Quando o Yôga surgiu na Índia há 5000 anos atrás, os praticantes cultuavam a natureza e se inspiravam nos movimentos das plantas e dos animais.

Galera,

Boas ondas e aguardem as séries de Yôga para antes do surf.


Swásthya!


SURFYÔGA  é a matéria de estréia de Letícia Portella e sua coluna "Soulight"especial para Surfingmoon mag.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Einstein e as ondas

Onde é gerada a energia das ondas do mar?

                                                Einstein praticava navegação

Essa é uma pergunta que só foi esclarecida no século XX, graças aos trabalhos do físico alemão Albert Einstein. Durante toda história da humanidade nunca se soube como as estrelas produziam energia, e tal desafio só foi solucionado com ajuda da famosa equação proposta por Einstein em sua Teoria da Relatividade.


Essa equação mostra que uma pequena quantidade de matéria pode produzir uma enorme quantidade de energia.

Veja o exemplo do nosso Sol:

O Sol é composto basicamente de Hidrogênio, a forma mais comum de matéria no universo. Devido ao efeito massivo da gravidade solar, ocorre em seu núcleo, a chamada fusão nuclear, sob intensa gravidade a matéria encontra-se em alta temperatura (temperatura = velocidade das particulas) e altas pressões. Isso faz com que quando os átomos de Hidrogênio se colidem, eles se fundem, formando átomos de Hélio.

Contudo, existe uma pequena diferença entre as massas dos hidrogênios que originaram o hélio. Essa pequena diferença de matéria se transforma em grande quantidade de energia, assim como propõe a equação E= mc2 ( energia = massa x velocidade da luz ao quadrado)

Parte dessa energia consegue escapar do Sol sobre a forma de ondas eletromagneticas (luz). Essas ondas são capazes de se propagar no espaço, atingindo a Terra.


Como os materiais da Terra tem carcteristicas caloríficas especificas, ao absorver e refletir essa energia, aquecem a atmosfera da terra de maneira diferente gerando sistemas de alta e baixa pressão fazendo com que o ar atmosférico entre em movimento.

Essa pressão atmosférica exercida sob a superfície dos oceanos geram as ondas tão desejadas pelos surfistas.

foto ASP via getty images

matéria especial para Surfing Moon, com o Psiquiatra e AstroFisico amador Dr. Catalino Los Reis



SURF CINE - Um dia em Waimea bay

Video postado pela Hessfilms, garimpado pela Surfing Moon no Youtube, trás a corajosa Vanina Walsh, que na epoca com 11 anos de idade,  decide encarar 20 pés de onda em Waimea bay,  com seu parceiro de Tandem surf, Bobby Friedman.

Vale ressaltar a sincronia e a confiança mútua, visível nessa parceria. Os movimentos dizem tudo.


Hoje aos 15 anos, Vanina faz parte do time da Roxy, é uma surfista completa, sendo apaixonada pelo velho Old Style do surf no Hawaii.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Especial Feminino - Billabong Rio Pro 2012

surfing moonStephanie Gilmore, Arpoador. Billabong Pro Rio 2012

A fórmula para garantir o público do surf feminino aínda não foi descoberta e a audiência continua muito baixa comparada a do surf masculino. No entanto, algumas regras universais do drama, servem para prender o espectador até o fim da história.

A etapa feminina do Billabong Pro Rio, reuniu alguns desses elementos dramáticos que tornam um campeonato emocionante até o final.

surfing moon
1- Duelo de titãs: Antagonistas,  as aussies Stephanie Gillmore (líder do ranking) e  Sally Fitzgibbons (segunda no ranking) teriam se encontrado na grande final  se Stephanie,   não tivesse caído  nas quartas de final,  diante de uma inspirada Coco Ho.

2 - Ressurge uma estrela: Acompanhada pelo pai, o lendário Michael Ho, a competidora Coco parecia "non-stopble" rumo á conquista da etapaVinda de uma série de resultados ruins, ela também lutava para recuperar a posição entre as top 10 do mundo.

3 - Fator surpresa: A novata do Hawaii Alessa Quizon,  chegou devarzinho e foi ganhando destaque na etapa. A garota ganhou seu "wild card" (direito de participar como convidada do evento de elite) nas triagens da competição e mostrou que merece estar entre as melhores do mundo,  perdendo apenas nas semi-finais para Coco Ho. Em sua participação meteórica,  foi responsável por deixar o  Hawaii com 3 representantes nas finais, que até então estavam sendo dominadas pela Austrália.

surfingmoon.com
    Alessa Quizon, Arpoador/RJ

  A Semifinal Havaiana - Coco Ho X Alessa Quizon

Havia muia expectativa para essa bateria puramente havaiana. De um lado Coco Ho em alta performance. De outro a representante da novíssima geração Alessa Quizon, destruindo tudo o que via pela frente.

Alessa entrou disposta, imprimindo logo o rítimo,  com um surf muito plástico. Sua posição como "wild card" a permitia surfar livremente, sem nenhuma pressão emocional. Mas Coco tinha o peso da responsabilidade de batalhar pela etapa para se manter confortavelmente no tour e acabou derrubando o estiloso "nada a perder" da novata com a manobra mais radical da bateria.



     Coco Ho,  na briga pelo título da etapa

 A Semifinal de Vice-líders - Sally Fitzgibbons X Carissa Moore

 No ano passado, com Stephanie Gilmore fora da briga,  Sally e Carissa foram antagonistas na briga pelo título do  WCT 2011 que acabou coroando Carissa Moore como a primeira havaiana campeã mundial em 30 anos de história, desde Margot Godfrey-Oberg em 81.

Agora em 2012,  as duas continuam na briga pelo título, sendo Sally em segundo e Carissa em terceiro, com Stephanie na liderança.

     Carissa Moore, quebrando tudo!

Foi a bateria mais tensa até então,  com Carissa tendo basicamente sua última chance de encostar em Sally e disputar o bicampeonato mundial. Sally por sua vez,  precisava da vitória  na etapa para literalmente colocar a sua compatriota Stephanie Gilmore contra a parede e conquistar uma  posição muito próxima do tão sonhado título.

Carissa demonstrou calma, jogando manobras extremas liderando a bateria por um bom tempo com duas boas ondas na casa dos 7 (7.33 e 7.83).  Sally buscou encontrar as ondas certas surfando no seu estilo super clean, o que lhe deu a maior nota da bateria, um 8.

A nota foi insuficiente para bater Carissa, mas a deixava vulnerável pois Sally aínda tinha a chance de trocar um 5.33, tarefa nada impossível para miss Fitzgibbons que logo encontrou uma onda da série e conseguiu virar o jogo, avançando para a final com Coco Ho.

A Final  - Hawaii X Austrália - Coco Ho X Sally Fitzgibbons

Sally impediu a final havaiana entre as amigas Carissa Moore e Coco Ho, mas passou um sufoco na final com Coco Ho segurando a vitória com um high score (8.43). Faltando apenas 8 minutos para o fim, Coco usou erroneamente a sua prioridade para surfar uma onda que não foi suficiente para trocar um 5.40 e deixou Sally com a prioridade que ela usou faltando 3 minutos para o final onde conseguiu uma onda grande o suficiente para dar o troco em Coco, com um high score á altura e garantir sua vitória na etapa.


surfing moon photo

    Sally Fitzgibbons, brilha com vitória no Brasil

A grande vitória

A vitória de Sally no Billabong Pro Rio,  foi um resultado estratégico na definição do título feminino, de 2012.  Com a conquista dessa etapa, Sally mostrou ter foco de campeã, encontrando a líder Steph no topo (que estava isolada na liderança do WCT) faltando apenas duas etapas do fim da temporada e selando assim,  a rivalidade "homem a homem" entre a dupla australiana,  na disputa pelo título mundial de 2012.

Mas além da disputa acirrada pelo título, existem muitas surfistas boas quebrando no tour, a maioria com surf o suficiente para vencer uma etapa. Faltam duas etapas até o fim da temporada 2012 feminina e muita coisa pode acontecer.

Além disso, várias surfistas brilham em uma só etapa do mundial, como essa do Rio onde se destacaram Sally, Coco, Carissa e Alessa, mas tiveram outras performances geniais como a da americana Lakey Peterson que teve a nota maior do evento, Steph Gilmore e Laura Enever em grande estilo, e a francesa Pauline Ado,  comemorando sua melhor participação no tour em 2012.

Afinal, mais do que uma grande vitória, o publico quer uma grande história!

Matéria Cassia Bianco,  fotos Zeca,  produção Letícia Portella, especial para Surfing Moon surfmag

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Estilo de Surf Joyce Hoffman 1966

Joyce Hoffman, naceu em 1946 na Califórnia e foi campeã mundial de surf em 65 e 66. 

Durante uma década ela foi a única mulher a surfar regularmente a massiva onda de Sunset, no Hawaii. Em 68 recebeu aquela que seria sua maior honra: "Ser a primeira mulher documentada a surfar a onda de Banzai Pipeline" A onda mais famosa e perigosa do mundo.

Essa foto é de Ron Stoner, tirado para May Surfer, no campeonato mundial de 1966, em San Diego, Califórnia.


  Saca só com que estilo Joyce manda o seu hang five! Postura de uma verdadeira lenda do surf.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Soul Surfer - O filme

Histórias de superação no esporte são muitas porque acabam sempre sendo contadas no final. Mas não quer dizer que sejam comuns.

O Filme Soul Surfer, é baseado na experiência peculiar da surfista Bethany Hamilton, que se tornou uma inspiração para milhões de pessoas pelo mundo.

A garota é um exemplo de que a limitação é um fator muito mais mental do que factual e o filme,  que leva o nome do seu livro de memórias,  é uma verdadeira injeção de motivação para todos aqueles que desejam muito algo,  do fundo da alma.



No dia 31 de outubro de 2003,  ela foi atacada por um tubarão e perdeu seu braço esquerdo. Ficou viva por sorte e por ter tido força de colaborar no próprio salvamento, executado com precisão pelo pai e irmão da melhor amiga Alana.

Na época Bethany já despontava como surfista profissional, promessa da nova geração no Hawaii. Mas mesmo frente a arrasadora tragédia, a garota de então 13 anos manteve em mente um único foco: continuar surfando. Com ajuda de sua família, todos surfistas, Bethany voltou ao mar apenas um mês após o acidente, mas teve que adaptar seu surf ás novas condições do seu corpo, tendo que basicamente reaprender o equilibrio e reconfigurar o cérebro para os novos desafios.

O melhor do filme é que Bethany é a dublê das suas próprias ondas como personagem do filme Soul Surfer. E ela "quebra tudo".

Hoje Bethany está bem ativa no surf de alta performance, patrocinada pela Rip Curl, dividindo sua experiência com aqueles que mais precisam e fazendo o que todo surfista mais gosta de fazer: Surfar ondas perfeitas pelo mundo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Surfing Moon - A influência da Lua sobre as Marés

Ancestrais dessas terras, ou seja, nativos de boa parte dos territórios da costa brasileira (principalmente na faixa litorânea que vai de Santos até Niterói), os Tupinambás já associavam o movimento das marés ás fases da Lua.

Segundo o astrônomo e pesquisador do céu em culturas indígenas Germano Afonso,  em 1614 Claude d'Abbeville relatou "Os Tupinambás atribuem á Lua o fluxo e refluxo do mar e distinguem muito bem as duas marés cheias que se verificam na lua cheia e na lua nova, ou poucos dias depois".

Além disso, diz Germano, existiam os mitos indígenas sobre o fenômeno da Pororoca, que ocorria na Lua Cheia ou na Lua nova, trazendo uma grande onda,  do mar para os rios volumosos da Amazônia, derrubando árvores e embarcações, o que demontra o conhecimento pelos nativos, da relação entre marés e as fases da Lua.

wahine films
                         
(Surfing Moon) Mas Germano, afinal, a Lua influi ou não no movimento das Marés?

Em 1632, Galileu Galilei escreveu erroneamente  que não precisava recorrer ao movimento da Lua para explicar as marés pois para isso bastava os movimentos de rotação e translação da Terra. Em 1687, Isaac Newton explicou corretamente que a causa das marés é a atração gravitacional da Lua e do Sol sobre a superfície da Terra, sendo a Lua a maior responsável.

Assim muito antes dos Europeus os indígenas já conheciam a influência da Lua sobre as marés.

Os indígenas que vivem no litoral associam as fases da lua e consequentemente as marés, ás estações do ano,  para pescaria artesanal. Segundo eles o camarão é pescado entre fevereiro e abril, nas marés altas de lua cheia. Já o linguado por exemplo, é no inverno, nas marés de quadratura (lua nova e minguante).

Bem, com essas informações pode-se entender a importância da observação constante dos movimentos do mar por onde se deseja surfar ou navegar.

E por uma perspectiva mais mística, a constatação de uma força original feminina lidando diretamente com a respiração ativa de todos os oceanos sobre a Terra.

Jacqueline Silva - A Pioneira

Jacqueline Silva pode ser considerada a surfista de maior destaque na história do surf feminino no Brasil. Participante dos mundiais desde 1997, é hoje a surfista mais antiga no tour, tendo sido vice-campeã mundial em 2002. Jacque também foi a primeira brasileira a ser bicampeã do WQS, divisão de acesso da elite mundial do surf.

Original da ilha de Santa Catarina, ou Florianópolis, meca do surf brasileiro, Jacqueline tem a história clássica da menina que surfava tão bem que disputava campeonatos de base com os garotos da sua idade. Incentivada pelo irmão,  Jacqueline começou a cair na água com uma prancha de isopor até chamar a atenção de surfistas e empresários locais. Depois de ganhar a sua primeira prancha de fibra, ninguém segurou mais essa garota, que confirmando as expectativas, tornou-se a primeira brasileira a ter uma carreira consistente como surfista profissional, abrindo portas para muitos outros talentos que se seguiram como Silvana Lima, Bruna Shmitz, entre outras.

Quem conhece Jacqueline comenta de sua disciplina, determinação e amor ao esporte. Quem tem a chance de vê-la surfar pode dizer que é show de surf garantido e muitas vezes quando ela chega em algum point,  outros surfistas saem do mar só para vê-la surfar. Tem uma linha de surf perfeita, é agressiva nas manobras, sabe dominar como poucas ondas grandes e pequenas sem nunca se deixar-se intimidar pela primeira dificuldades, tendo superado sem dramas,  momentos difíceis como recuperação física e falta de patrocínio. Jacque além de talentosa não é mulher de desistir dos seus sonhos, o que faz dela uma surfista completa.

Hoje ela é patrocinada pela Star Point, segue no "dream tour", localmente é ativa nos movimentos de profissionalização do surf e gosta de dividir sua experiência com as novas gerações. Talvez por todas essas qualidades, ela tenha se tornado a principal referência entre as garotas que desejam seguir a carreira de surfista no Brasil.

Jacqueline Silva está reestabelecida de um acidente de carro que sofreu na Austrália em 2011, quando estava posicionada entre as top 10 do mundo,  e segue no WCT em 2012,  buscando aínda acertar o seu rítmo mas já prometendo muitas surpresas e surf de qualidade para quem acompanha as competições.

sábado, 5 de maio de 2012

Vencedores do Billabong XXL 2012 - Yes Maya!!!

Na noite passada foram anunciados os campeões do Billabong XXL 2012 e a carioca Maya Gabeira levou o prêmio de Melhor performance feminina pela quinta vez consecutiva. Determinada, ela dedica sua vida as maiores ondas do mundo  e com certeza é atualmente,  a mulher mais respeitada na categoria. O prêmio é apenas uma confirmação.

Maya tem inspirado muitas garotas pelo globo e sua performance vem fazendo com que surjam a cada ano, mais e mais mulheres que se dispõem a monitorar os grandes swells do ano e surfar verdadeiras bombas em busca da melhor performance.

Maya em Outer Reef: credito Surfline

O sonho agora é ver as mulheres disputarem os outros prêmios ao lado dos homens como Monster Paddle (maior onda na remada), Monster Tube (maior tubo) e Ride of the Year ( a onda da temporada). Sabemos que a nossa heroína Maya,  tem fôlego para isso e esperamos vê-la chegando junto deles nessa nova temporada.

E os grandes vencedores do evento foram: Nathan Fletcher (USA) em 3 categorias: Onda do ano, Maior tubo e Melhor performance masculina. Garrett McNamara (HAW) em 2 categorias: Maior onda e Maior vaca do ano. A Maior onda na remada foi para Dave Wassel (HAW). Parabéns a todos os competidores e inscritos pelo Big Show!!!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Premiação do Billabong XXL - É Hoje!

Hoje serão decididos os vencedores do Billabong XXL, o evento mais importante de ondas grandes do mundo e acontece anualmente no Grove Theater, em Anaheim, California. O Brasil concorre em 4 categorias: Danilo Couto (maior onda na remada), Everaldo Pato (maior tubo), Maya Gabeira e Silvia Nabuco (melhor performance feminina) e Felipe Cesano e Rodrigo Koxa (a vaca do ano)

Na categoria "Onda do Ano" os representantes são Nathan Fletcher (USA), Ryan Ripwood, Jeff Rowley(AUS), além dos veteranos e fregueses na categoria Garret McNamara (HAW) e Greg Long (USA). Por algum motivo que não é comum no mundo do surf, os Havaianos estão sendo anunciados com bandeiras dos Estados Unidos. Todos sabem que apesar do Hawaii ser território americano, no surf eles sustentam a bandeira havaiana.

Confira os nomeados para "Onda do Ano"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Stephanie Gilmore - Ela é o Cara

Em 2007, Stephanie Gilmore se tornou a a primeira surfista profissional estreiante (masculino e feminino) a ganhar o título mundial de surf. Depois disso começou a colecionar títulos. Ganhou quatro mundiais seguidos até fechar contrato com a Quick Silver em 2010 quebrando mais um recorde: o contrato mais bem pago da história do surf feminino.

Tendo sua própria marca de surf feminino, (a Roxy) a Quick Silver não tinha nenhuma representante própria para a categoria. Mas Gilmore foi a escolhida para fazer parte do time ao lado do 11 vezes campeão Kelly Slater.


A garota é original da Gold Coast na Austrália, região abençoada por ondas cultuadas como a bancada mágica de Snapper Rocks que "criou"sufistas como Peter Towned (primeiro campeão mundial de surf) Dean Morrison, Joel Parkinson, entre outos.  Aos 10 anos já caía no mar e aos 19 já deixava o mundo do surf de queixos caídos.

Stephanie Gilmore desenvolveu seu próprio estilo de surf que equilibra ousadia extrema e delicadeza de movimentos, sendo dona de um dos floaters mais apreciados de todo o mundo do surf.  É extremamente determinada no esporte e tem sua carreira constantemente comparada a carreira do colega e líder de equipe Kelly Slater, principamente no que diz respeito á equação entre talento e foco nas competições. Com esses dois atletas a Quick Silver parece ter encontrado a fórmula da invencibilidade. Sem deixar para trás um alto padrão de beleza física, claro.

Mas Stephanie também é uma pessoa inteligente, bastante complexa, participa de movimentos filantrópicos, é simpática e educada mas tem um "jogo agressivo" na hora de intimidar as adversárias. Mesmo sendo impositiva como todo furacão é,  a garota é bastante feminina nos gestos, doce no modo de falar e nunca poupa seu publico de um grande sorriso.

Em 2011 sua performance foi afetada por um incidente que sofreu fora do mar, durante um assalto,  em frente á sua casa. Isso aconteceu bem em um momento climax de sua carreira, quando após a vitória gloriosa no Hawaii em 2010,  recebeu a grande proposta da Quick Silver. O incidente resultou em um pulso quebrado além de um grande impacto emocional "Minha maior preocupação era não ser capaz de ir surfar cedo, porque eu teria medo de ir sozinha" disse Stephanie que já está completamente reestabelecida e quer mais um título em 2012.  E adivinha onde ela está agora? Disparada no topo do Ranking da ASP Womens's World Title.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Surf vicia?

Quem disse que todos vícios são prejudiciais? Sabe-se que o esporte em si, causa uma reação considerada viciante ao ser humano. Diante de certos estímulos, o nosso próprio corpo produz vários tipos de substâncias e logo, se acostuma com a "sensação" produzida por elas,  antes, durante e após a prática do esporte. Mas que substâncias são essas?
O psiquiátra e surfista Catalino los Reis, especifica:

- Toda comunidade mundial do surf sabe que "o surf vicia!". Isso ocorre por que somos preparados pela evolução das espécies para receber estímulo comportamental quando os centros de prazer do cérebro são acionados. Isso se dá através de neurotransmissores tais como serotonina, adrenalina e principalmente pela dopamina que causa sensação de recompensa e prazer,  além de homônios tais com beta-endorfina que causa um relaxamento e bem estar corporal.

(Surfing Moon) Mas o surf parece ser o mais viciante dos esportes. Um bom surfista raramente para de surfar. Existe outros fatores que envolvem o vício relacionado a esse esporte em especial?

- O que torna o surf especial na minha opinião, é a física ondulatória, que é a maneira mais comum de energia do universo. Isso ocorre porque em última instância as ondas eletromagneticas de enregia luminosa do Sol se transformam em energia, depois em ondas mecânicas e por fim,  em energia de ondas cerebrais,  na forma de estímulos de neurotransmissores e  principalmente de dopamina que repercutem na alma como estado de prazer.

Ok doctor! Se pensarmos bem, essa resposta é convincente e um tanto filosófica. O importante agora, é que pelas vias da ciência,  descobrimos que surfistas não são apenas vagabundos sem responsabilidade ou crianças que não cresceram. São pessoas viciadas em desafios, natureza selvagem e qualidade de vida.

Hemingway e o Surf

É certo que o americano Ernest Hemingway viveu e amou Paris durante a sua juventude nos anos 20 e por toda sua vida. Mas o escritor era mais do que só um intelectual da "da geração perdida".  Hemingway frequentava corridas de cavalos, bicicletas, admirava esportes de coragem, momentos extremos e praticava atividades como ski (em montanhas sem "pistas") caçadas em lugares remotos, boxe, além de ter sido aprendiz dedicado de touradas e pescarias.

Durante a segunda guerra, mudou-se definitivamente para Cuba e aproximou-se da cultura do mar onde escreveu a obra que lhe daria prêmio nobel de literatura em 1954: O Velho e o Mar (The Old man and the Sea, 1952) sobre um velho e seu último grande desafio como homem e pescador. Uma relíquia para quem gosta de saber mais sobre o espírito do mar e sobre os seres que o habitam.


Hemingway passou pela mesma iniciação pela qual passam os surfistas: Um dia ele apaixonou-se pelo mar. Entrou tanto em contato com a cultura da pesca que passou até uma tempoada em Cabo Blanco, no Peru, local de pescaria farta e que por acaso, possui aquela esquerda tubular, clássica e perigosa, apelidada Pipe do norte do Peru.

Sobre o mar ele escreveria mais 2 livros. Também escreveu sobre touradas, guerras e sobre pessoas e lugares que fizeram parte de sua vida.

Scott Fitzgerald, seu amigo e rival teria dito que Hemingway era muito mais interessante do que sua obra. Ressentimentos á parte, creio que ele estava certo.

Hemingway foi um escritor outsider, de espírito livre  que dedicou-se profundamente ao desenvolvimento de sua literatura. Cidadão do mundo, procurou viver a melhor vida possível fazendo tudo o que gostava. Se fosse jovem nos dias de hoje teria tudo para ser um escritor surfista.